Enquanto a população de Alagoinhas convive há mais de um ano com os transtornos causados pela interdição do viaduto da Rua do Catu, a Prefeitura voltou a anunciar ações na área de infraestrutura, incluindo a promessa de requalificação da estrutura que hoje simboliza o abandono e a incerteza no centro da cidade.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) deverá executar a pavimentação de 20 ruas do município. Parte dessas intervenções corresponde a obras que já estavam paralisadas desde o ano passado, revelando a lentidão e a instabilidade na execução dos serviços públicos. O anúncio foi feito pelo prefeito Gustavo Carmo após reunião com o deputado federal Cláudio Cajado, que articulou a liberação dos recursos em Brasília.
Entre as vias contempladas estão a rua Alfa, no Parque Verde; Ernesto Coelho, em frente ao Colégio Modelo; Alto Camaçari, no Barreiro; além das travessas da Rosa, Jasmim, Girassol, Orquídeas, Margaridas, Hortênsias e Lírios, bem como as vias inferiores da rua B e da rua do Catu. Também estão incluídas a travessa Paulo Afonso e outras vias da Murilo Cavalcante, além de ruas no loteamento Frei Leão.
Segundo a secretária de Obras e Projetos de Alagoinhas, Maria das Graças Reis, o convênio com a Codevasf estava “travado” e só foi destravado agora, o que reforça a percepção de atraso generalizado nas obras estruturantes da cidade. “As obras estão para iniciar”, afirmou a gestora, em entrevista concedida na manhã de terça-feira (25). A declaração, no entanto, soa genérica para uma população que já ouviu anúncios semelhantes em outras ocasiões sem que os prazos fossem cumpridos.
Viaduto interditado e impacto direto no coração da cidade
Em relação ao viaduto da Rua do Catu, interditado desde abril de 2024 após desabamento parcial, a secretária informou que o projeto foi entregue no início de 2025 e que a execução ficará sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), por meio de contratação semi-integrada. A licitação está prevista para o dia 4 de dezembro.
Apesar do novo cronograma, moradores e comerciantes do centro de Alagoinhas seguem com desconfiança. O bloqueio do viaduto provocou impactos diretos na mobilidade urbana, no comércio local, no aumento dos congestionamentos e na sensação de insegurança na região. Para muitos, o equipamento deixou de ser apenas uma obra inacabada e passou a representar o descaso com uma área estratégica da cidade.
Entre promessas de licitação, anúncios de início iminente e projetos que avançam lentamente nos bastidores, cresce o ceticismo da população quanto à real capacidade de início e, sobretudo, de conclusão das obras. O receio é de que o viaduto da Rua do Catu permaneça por mais tempo como um monumento ao improviso, à lentidão administrativa e à falta de respostas concretas para um problema que afeta diretamente a vida urbana de Alagoinhas.

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